Decepção



Nunca imaginei que fosse novamente necessitar do desabafo que minha alma pede através das palavras escritas por causa de um "amor" que não deu certo. Pois é, mas um amor que foi por água abaixo.Você aposta todas as suas fichas naquele romance e gera expectativas que acredita que serão correspondidas, mas que na verdade não passavam apenas de palavras jogadas num contexto confuso.

O que fazer quando a decepção fica maior que o amor que se sentia por aquele que seus olhos brilhavam? Penso que todos os dias acordamos com o intuito de fazer o melhor sempre e que todos os amores de nossa vida são os principais agentes dessa sensação de espalhar o bem. Mas e quando esse agente se transforma num vilão, o nosso coração aguenta? Nem sempre.

Tantas vezes me pergunto se realmente é necessário ter uma ancora para fazer-me sentir bem. Quando esperamos no outro o que devíamos ter em nos mesmos, cometemos o maior pecado contra nossa vida, dependendo de outra pessoa para nos sentirmos completos. Isso só nos faz fracos e nos submete a situações que não merecemos. É como um dependente químico que precisa da substância ilícita para sentir-se vivo. 

O término tem algumas fases com peculiaridades estranhas. De pronto chega a fase do luto, que na minha opinião é a que mais dói, ficamos tão frágeis que não sabemos discernir tudo aquilo que passa pela nossa frente. Só vemos a dor! Maldita dor! Depois quando essa fase passa, começamos a sentir raiva de ter perdido tanto tempo com alguém que não nos merecia, percebemos que a fase de luto foi necessária para nos desintoxicar da dependência que aquele ser tinha sobre nós. Do luto vamos a conformação e dessa fase finalmente conseguimos começar a ver o mundo com as cores que ele tem de verdade outra vez. Essa etapas variam muito de pessoa para pessoa. Comigo cada uma é bem marcante e por vezes demorada.

No fim de tudo, depois de ir do céu ao inferno, de sentirmos o gosto da decepção de forma tão amarga na boca, percebemos que a roda da vida não parou e que devemos correr atrás para alcançarmos o passo que perdemos. O tal vilão nem era tão importante assim e provavelmente, num futuro não tão longe, nos meteremos em histórias parecidas outras vezes. Mas quem garantirá que acertaremos dessa próxima vez? Só não podemos nos privar de tentar...tentar...tentar..!

Autor: BK

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