60 anos de televisão. Emissoras se nivelam na incompetência


A televisão brasileira comemora hoje 60 anos de existência, não de vida. Temos algo a comemorar? No contexto atual em que se vive, não. Perdemos os principais programas, não por terem saído da grade ou muitas vezes por terem simplesmente trocado de apresentador ou perdido a identidade, mas por que o esplendor, a beleza, suavidade, o brilho ter se apagado. Bone, talvez a pessoa que mais entenda de televisão em todos os tempos, disse essa semana em uma entrevista, que fica triste ao ver esse meio de comunicação tão fascinante mergulhado em trevas.

O SBT é prova viva disso. Em treze horas, apenas três programas. Talvez isso justifique as dezenas de novelas reprisadas a tarde e a noite. No sábado o cenário não muda, Raul Gil tem quase cinco horas de auditório, das quais apenas duas pode ser aproveitada pelo espectador. É triste. Mas não pensem que o SBT é a ovelha negra da nossa televisão, muito pelo contrário, pode ser até a menos pior. Na Record o panorama se repete. Gugu e Ana Hickmann tem nas mãos, cada um, quatro horas de atração que não tem atração nenhuma, é tudo a mesma coisa, rotina. Programas banais sem novidade, sem atrativos. Repetitivo por si só. Nem a toda poderosa Rede Globo, do inigualável Bone, se salva, quem assistia ao Fantástico na época da Glória Maria que o diga: como esse programa decaiu.

Mesmo assim, todos comemoram. Em um ano e meio, a Record exibirá a terceira temporada de A Fazenda, onde qualquer detalhe pode significar o fim do reality. A Globo abriu as inscrições para o BBB, mas ao longo de todas as edições do programa comandado por Pedro Bial, já deu pra notar que pouquíssimas vezes alguém foi escolhido por vídeos. O SBT anunciou hoje que está pensando em uma revista eletrônica diária, mas esqueceu que já teve recentemente o “Olha Você”, cometeu muitos erros, e, caso vingue a idéia, cometerá os mesmos erros. É sempre assim.

Nada se cria, tudo se copia. Por isso que a televisão está tão carente de novidades, de alegria. É até revoltante ver a que ponto chegamos, pessoas comendo insetos por alguns míseros pontinhos no IBOPE, como acontece com “Hipertensão”. Os tempos mudaram, e com a mudança veio à incompetência de alguns, Marcos Mion não sabe nos fazer rir, passa vergonha na frente das câmeras, tem um péssimo elenco ao seu lado e o pior: pensa que nos engana. A nossa televisão está sem vida.

É normal que com o tempo as coisas mudem, só não é normal mudarem pra pior.


Autor: Breno Cunha

Fonte: RD1 Audiência

Comentários

  1. Bons textos e relação crítica com a realidade. Tudo para ser um sucesso.

    Cordialmente,

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Besteirol: A Paz e o Passarinho

Receber menos do que se merece: vale a pena?

Tenho medo de mim mesmo