Sem rampas


Acessibilidade é um assunto bastante discutido e muito pouco resolvido. Ainda mais quando se associa ao transporte público de qualquer grande cidade brasileira. Juntando os dois se resume apenas a algo, um caos.

Esta semana, enquanto esperava o ônibus para voltar para casa, presenciei uma cena deplorável. Um cadeirante precisou ser carregado nos braços de várias pessoas para conseguir embarcar no ônibus e ser transportado para casa, já que o transporte não era adaptado para deficientes físicos. Foi uma verdadeira saga, pois a cadeira não passava pelas portas do veículo e assim teve que ser carregada por uma pessoa com a porta aberta.

Segundo o site do Inmetro: O Programa de Acessibilidade, em desenvolvimento, leva em conta todo o sistema de transportes, desde o embarque até o desembarque de passageiros, garantindo um dos direitos primordiais do cidadão - estabelecido na Constituição Federal - que é o direito de ir e vir, com segurança e autonomia, a partir do qual tantos outros direitos são decorrentes. Em última instância, o desenvolvimento deste projeto significa melhoria no Índice de Desenvolvimento Humano do país.”

Tão bom ficar escrito e sendo declaradas várias vezes o que se tem a fazer, mas infelizmente tudo continua na fantasia. É raro se ver a autonomia das pessoas que necessitam de locais apropriados para isso. Não adianta está na Constituição e não está na cabeça daqueles que a fazem cumprir-se.

O poder público cobra tantos impostos para a melhoria de vida das pessoas, já que é um dever deles, garantir o mínimo a sobrevivência a todos. Mas e os deficientes físicos que precisam da acessibilidade em qualquer lugar que desejem ir, isso não é uma necessidade básica?

Dever ou direito, cumpra-se ou não. A falta de locais apropriados e de pessoas que se conscientizem que sim, os cadeirantes são pessoas como nós. Que precisam ganhar o próprio dinheiro para sobreviver e por comida na mesa, porque muitos também são pais e mães, não terá como melhorar o tal índice de desenvolvimento humano.

Uma solução nem precisaria ser dita, mas realizada. Transformar é uma palavra muito difícil de aplicar, pois contra a cultura não se joga assim. Mas tentar adaptar-se ao que se vê, e não ao que se quer acreditar. Somos todos iguais e merecemos direitos iguais, mesmas condições de viver e, assim batalhar pelo nosso próprio futuro. Sem compaixão e racionalidade nada irá pra frente, muito menos tantas cadeiras de rodas que ficam presas por não existir uma rampa de acessibilidade social.

Fonte Imagem:http://www.sociedadeexclusiva.blogspot.com

Autor: Bruno Kabuki

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